Bem-vindo ao Blog da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde - Núcleo SP

A Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde trabalha na perspectiva da construção de políticas públicas para a saúde integral sda sociedade brasileira, considerando as epecificidades do povo de terreiro. Sua missão é a luta pelo direito humano à saúde com ênfase nas questões de gênero e raça.

Aqui você encontrará informações sobre as demandas e a atuação das comunidades tradicionais de terreiro no universo da saúde pública. Questões como saúde da população negra, saúde da mulher, humanização, atenção, prevenção e assistência, entre outras, são disponibilizadas aqui por especialistas e lideranças políticas de todo o Estado de São Paulo.

O reconhecimento das comunidades tradicionais de terreiro como núcleos de promoção de saúde e, a releitura de temas como liberdade religiosa, laicidade, o impacto do racismo na saúde, partipação popular, controle social e a necessidade de maior cooperação entre o Estado e as Religiões Afro-Brasileiras são alguns dos pontos que nos mobilizam na busca pela garantia do direito humano a saúde. A Rede é composta dos Sacerdotes, Sacerdotisas e iniciados de diferentes tradições de matrizes africanas em todo o país. Para falar com a Rede, envie e-mail para saudenoterreiro@yahoo.com.br

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segunda-feira, 20 de abril de 2009

Genebra:Discriminação ás religiões de matrizes africanas é pauta da Conferência de Revisão de Durban

Países da Europa e EUA recusam luta contra racismo

Genebra - As Nações Unidas passaram o domingo de portas fechadas. Nenhum discurso ou declaração oficial nas salas de conferências. Já nos hotéis e missões diplomáticas, movimentação intensa das delegações de países como Itália, Austrália, Nova Zelândia, Estados Unidos, Canadá, Israel, Holanda e Alemanha.

Governos que a cada hora apresentam uma justificativa para não participar esta semana da Conferência de Revisão de Durban. A fragilidade dos argumentos mostra que boa parte do mundo ainda se recusa a enfrentar o racismo, a discriminação, a xenofobia e a intolerância.

Em repúdio a essa posição, representantes das organizações da sociedade civil da América Latina e do Caribe se uniram para apoiar os países da região a seguir na conferência. Uma nota neste sentido foi enviada aos governos latino-americanos e caribenhos (leia aqui). As organizações também assinaram um manifesto internacional em defesa da Conferência de Revisão (leia aqui).

"Condenamos estas atitudes, que para nós também são expressões modernas de racismo, uma vez que excluem do debate temas como reparação para a população afrodescendente, combate à discriminação contra as mulheres e respeito à orientação sexual", afirma a coordenadora da Rede de Mulheres Afro Latino-Americanas, Caribenha e da Diáspora, Dorothea Wilson.

Antes mesmo da chegada do presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, os países que se negam a participar da conferência anunciavam o caráter anti-semita do encontro. Até o documento base foi acusado de conter essa conotação. Negociado e aprovado por unanimidade na semana passada, inclusive pela União Européia, o texto não contém os elementos apontados.

"O documento não é contrário a Israel ou ao sionismo, até condena o anti-semitismo. Não fala de Palestina ou Gaza. Chegamos a um bom texto. Não há desculpa para não participar da conferência", afirma a chefe da missão política brasileira em Genebra, Maria Nazareth Farani Azevedo.

Os Estados Unidos usam como argumento para a ausência nos debates o primeiro parágrafo do texto base, que reafirma a Conferência de Durban, realizada em 2001 e também acusada de anti-semitismo. Diplomatas chegaram a sugerir que uma nota de rodapé fosse incluída no novo texto, explicitando a posição norte-americana, mas ainda assim não conseguiram garantir a presença da delegação oficial.

O governo brasileiro tentou sensibilizar a administração dos Estados Unidos. O ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, conversou sobre a conferência com a secretária de Estado, Hillary Clinton, durante a Cúpula as Américas. O presidente Lula teria feito o mesmo no encontro com Barack Obama.

"A Conferência de Revisão de Durban é muito importante para o Brasil. Não participar é um problema para os Estados Unidos. Principalmente agora, que eles têm um presidente negro, uma liderança que busca restabelecer ao país a condição de diálogo no restante do mundo", avalia o ministro da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir), Edson Santos.

Em Genebra, ele já se reuniu com representantes da sociedade civil brasileira. As organizações apresentaram propostas de melhorias no documento durante a conferência. Entre elas, o destaque ao combate à discriminação contra religiões de matriz africana, as formas de enfrentamentos do ódio racial, mecanismos de monitoramento das políticas públicas, promoção do acesso a educação, maior atenção e proteção para a juventude negra, trabalhadoras domésticas e as comunidades quilombolas.

Por Juliana Cézar Nunes
Colaboradora do blog Avaliação Durban e integrante da Comissão de Jornalistas pela Igualdade Racial (Cojira-DF)

http://avaliacaodurban2009.wordpress.com

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