Bem-vindo ao Blog da Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde - Núcleo SP

A Rede Nacional de Religiões Afro-Brasileiras e Saúde trabalha na perspectiva da construção de políticas públicas para a saúde integral sda sociedade brasileira, considerando as epecificidades do povo de terreiro. Sua missão é a luta pelo direito humano à saúde com ênfase nas questões de gênero e raça.

Aqui você encontrará informações sobre as demandas e a atuação das comunidades tradicionais de terreiro no universo da saúde pública. Questões como saúde da população negra, saúde da mulher, humanização, atenção, prevenção e assistência, entre outras, são disponibilizadas aqui por especialistas e lideranças políticas de todo o Estado de São Paulo.

O reconhecimento das comunidades tradicionais de terreiro como núcleos de promoção de saúde e, a releitura de temas como liberdade religiosa, laicidade, o impacto do racismo na saúde, partipação popular, controle social e a necessidade de maior cooperação entre o Estado e as Religiões Afro-Brasileiras são alguns dos pontos que nos mobilizam na busca pela garantia do direito humano a saúde. A Rede é composta dos Sacerdotes, Sacerdotisas e iniciados de diferentes tradições de matrizes africanas em todo o país. Para falar com a Rede, envie e-mail para saudenoterreiro@yahoo.com.br

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segunda-feira, 20 de abril de 2009

Camisinha ainda é o melhor método de prevenção contra o HIV, diz Arthur Kalichman

14.04.2009
Imprensa - Programa Nacional de DST e Aids .

Apesar das recentes discussões sobre a circuncisão como método preventivo do HIV, dos avanços nos estudos de vacinas contra a doença e da polêmica sobre a possibilidade de uso de antirretrovirais antes e depois da exposição ao vírus, a camisinha continua sendo o método mais eficaz de prevenção. A conclusão é de Artur Kalichman, médico e coordenador-adjunto do Centro de Referência e Treinamento em DST/Aids do estado de São Paulo. Kalishman participou de bate-papo ao vivo com internautas na tarde desta terça-feira, 14/04, no “Prevenção na Rede: Fórum Virtual dobre DST/Aids” (http://forum.aids.gov.br).

“Mesmo que todas as tecnologias biomédicas já estivessem disponíveis, ainda precisariam ser associadas ao preservativo”, explicou o médico. Ele também enfatizou que a camisinha é o único método que previne, ao mesmo tempo, doenças sexualmente transmissíveis e gravidez. Na conversa, Arthur esclareceu que a circuncisão já tem eficácia comprovada, mas mesmo assim parcial – cerca de 60%. Além disso, ela só é recomendada em países com epidemia generalizada, que não é o caso do Brasil. “As pessoas tendem a supervalorizar as novas tecnologias”, disse.

O maior número de questionamentos dos internautas foi sobre profilaxia pré-exposição. Não seria mais simples tomar uma droga antes de uma transa do que usar a camisinha? A medida é adequada para casais sorodiscordantes [onde só um deles tem o HIV]? Arthur acredita que as respostas para essas perguntas não são tão fáceis. Mesmo que as pesquisas sobre o uso de medicamentos antirretrovirais antes da exposição sejam bem-sucedidas, os efeitos colaterais dos remédios não podem ser esquecidos.

Em relação à profilaxia pós-exposição, ele defendeu a ação da maneira como já é adotada no Brasil – em casos de violência sexual e acidentes de trabalho. José Andrade, do Rio de Janeiro (RJ), sugeriu o uso dos antirretrovirais como uma espécie de pílula do dia seguinte, mas o médico condenou a prática. “Como o vírus se instala rapidamente, a pessoa teria que andar com um comprimido no bolso. Não seria uma opção confortável”.

A vacina anti-HIV foi o questionada pela internauta Anita, de Ubatuba (SP): “é uma utopia?”. Arthur foi otimista. “As grandes vitórias na saúde pública vieram com vacinas. Temos que torcer para que dê certo”. A seu ver, isso não aconteceu ainda porque o HIV é um vírus muito complexo – modifica-se rapidamente e ataca o sistema imunológico do indivíduo. Outro fator associado a esse atraso é o baixo investimento dos laboratórios privados na área, hipótese levantada por Dimas, de Garanhus (PE). “Com certeza a indústria farmacêutica investe mais no desenvolvimento de novas drogas”, confirmou Kalichman. Ele sabe os medicamentos dão mais retorno financeiro, principalmente porque são contínuos.


O coordenador-adjunto do CRT/SP finalizou sua participação afirmando que a tendência é que as novas tecnologias sejam utilizadas de forma específica, e não em larga escala – como o preservativo. Ele também elogiou o debate do tema no fórum. “É bom que essa discussão aconteça para que a sociedade pense desde já nos prós e contras das novas formas de prevenção do HIV”.

Mais informações:
Ministério da Saúde - Programa Nacional de DST e Aids/Assessoria de Imprensa
Tel: (61) 3448-8100/ 8088/ 8090/ 8106; Celular: (61) 9221-2546.
E-mail: imprensa@aids.gov.br

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