sábado, 27 de fevereiro de 2010
As pestes
Museu de Microbiologia do Instituto Butantan inaugura a exposição itinerante As grandes epidemias
Revista FAPESP
Neldson Marcolin
Edição Impressa 168 - Fevereiro 2010
A pandemia de gripe suína que assustou o planeta no ano passado trouxe à lembrança um fato que andava esquecido: não importa quanto conhecimento, tecnologia e informação estejam disponíveis, sempre existirá o risco de epidemias. A peste negra (ou bubônica) foi responsável por pelo menos 10 epidemias entre 1400 e 1720, quando se estima que tenham morrido 25 milhões de pessoas no total. A varíola matou e deformou milhões na metade do século XVII na Europa. A meningite causou enormes transtornos na saúde pública até a metade dos anos 1970 no Brasil. A AIDS e a gripe - esta de modo sazonal - seguem infectando pessoas em todos os países. A exposição As grandes epidemias, que pode ser visitada no Centro de Difusão Científica do Instituto Butantan, em São Paulo, fala de um assunto que continua relevante nos dias de hoje. "Queremos informar e alertar o público para o perigo que as epidemias representam", explica Gláucia Colli Inglez, coordenadora do Museu de Microbiologia do Instituto Butantan e curadora da exposição ao lado de Alessandra Fernandes Bizerra e Milene Tino de Franco, a diretora do museu.
"Certamente a população e os envolvidos com a área da saúde devem se preocupar com as epidemias", diz Isaias Raw, do conselho técnico-científico da Fundação Butantan. É dele a concepção da exposição, imaginada há alguns anos e concretizada agora com apoio FAPESP/Vitae. Na mostra há painéis ilustrados e cinco filmes de até sete minutos. Cada um deles trata de uma epidemia: peste, varíola, meningite, AIDS e influenza (gripe). Os filmes foram feitos pelo cineasta André Luiz de Luiz a partir do roteiro das curadoras e são didáticos, repletos de imagens e de entrevistas com o próprio Raw, o médico Dráuzio Varella e o secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata. Todos usam uma linguagem simples para falar de história, saúde, ciência e, principalmente, da importância da vacinação. A exposição, gratuíta, deverá ser levada a outras regiões da capital paulista em breve.
AIDS
Mais de 5 milhões de pessoas são contaminadas a cada ano pelo HIV. O médico Dráuzio Varella pede atenção e prevençãoPeste negra
A infecção era atribuída aos miasmas e castigo divino. Em 1894, Alexandre Yersin e Shibasaburo Kitasatu identificaram o agente responsável pela doença, a bactéria Yersinia pestis. Influenza
A gripe espanhola matou cerca de 40 milhões na primeira metade do século XX. Hoje, Isaias Raw defende a vacinação para prevenir a gripe suína. Meningite
A epidemia de meningite foi censurada pelos militares por dois anos. Segundo Barradas, a vacina foi aplicada na população paulista em 15 dias. Varíola
A varíola matou e deformou milhões, mas foi extinta em 1984. Foi a primeira vez que uma doença infecciosa foi abolida da Terra graças à vacinação.
Revista FAPESP
Neldson Marcolin
Edição Impressa 168 - Fevereiro 2010
A pandemia de gripe suína que assustou o planeta no ano passado trouxe à lembrança um fato que andava esquecido: não importa quanto conhecimento, tecnologia e informação estejam disponíveis, sempre existirá o risco de epidemias. A peste negra (ou bubônica) foi responsável por pelo menos 10 epidemias entre 1400 e 1720, quando se estima que tenham morrido 25 milhões de pessoas no total. A varíola matou e deformou milhões na metade do século XVII na Europa. A meningite causou enormes transtornos na saúde pública até a metade dos anos 1970 no Brasil. A AIDS e a gripe - esta de modo sazonal - seguem infectando pessoas em todos os países. A exposição As grandes epidemias, que pode ser visitada no Centro de Difusão Científica do Instituto Butantan, em São Paulo, fala de um assunto que continua relevante nos dias de hoje. "Queremos informar e alertar o público para o perigo que as epidemias representam", explica Gláucia Colli Inglez, coordenadora do Museu de Microbiologia do Instituto Butantan e curadora da exposição ao lado de Alessandra Fernandes Bizerra e Milene Tino de Franco, a diretora do museu.
"Certamente a população e os envolvidos com a área da saúde devem se preocupar com as epidemias", diz Isaias Raw, do conselho técnico-científico da Fundação Butantan. É dele a concepção da exposição, imaginada há alguns anos e concretizada agora com apoio FAPESP/Vitae. Na mostra há painéis ilustrados e cinco filmes de até sete minutos. Cada um deles trata de uma epidemia: peste, varíola, meningite, AIDS e influenza (gripe). Os filmes foram feitos pelo cineasta André Luiz de Luiz a partir do roteiro das curadoras e são didáticos, repletos de imagens e de entrevistas com o próprio Raw, o médico Dráuzio Varella e o secretário estadual da Saúde, Luiz Roberto Barradas Barata. Todos usam uma linguagem simples para falar de história, saúde, ciência e, principalmente, da importância da vacinação. A exposição, gratuíta, deverá ser levada a outras regiões da capital paulista em breve.
AIDS
Mais de 5 milhões de pessoas são contaminadas a cada ano pelo HIV. O médico Dráuzio Varella pede atenção e prevençãoPeste negra
A infecção era atribuída aos miasmas e castigo divino. Em 1894, Alexandre Yersin e Shibasaburo Kitasatu identificaram o agente responsável pela doença, a bactéria Yersinia pestis. Influenza
A gripe espanhola matou cerca de 40 milhões na primeira metade do século XX. Hoje, Isaias Raw defende a vacinação para prevenir a gripe suína. Meningite
A epidemia de meningite foi censurada pelos militares por dois anos. Segundo Barradas, a vacina foi aplicada na população paulista em 15 dias. Varíola
A varíola matou e deformou milhões, mas foi extinta em 1984. Foi a primeira vez que uma doença infecciosa foi abolida da Terra graças à vacinação.
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